Em seus três primeiros shows no Brasil, John Mayer provou que o passar do tempo só lhe fez bem. Na próxima terça-feira (24), o músico que congrega um séquito de fãs jovens deverá mostrar no Anfiteatro Beira-Rio, em Porto Alegre, um espetáculo de igual qualidade e energia aos apresentados em São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba com a turnê The Search for Everything.

Mayer, que começou a carreira tocando rock e, aos poucos, fez uma transição para o blues, já se apresentou com artistas como B.B. King, Buddy Guy e Eric Clapton. A influência do blues pode ser ouvida no álbum Continuum (2006), com o qual ganhou o Grammy de melhor álbum e melhor performance pop vocal em 2007. Um problema nas cordas vocais afastou o guitarrista dos palcos por dois anos, entre 2011 e 2013. Na retomada das apresentações, ele se aproximou ainda mais do pop e do country.

The Search for Everything World Tour é a terceira grande turnê mundial de Mayer e, antes de chegar ao Brasil, passou por 55 cidades da Europa e da América do Norte. O que se viu no Allianz Parque, em São Paulo, na quarta-feira passada, foi um John Mayer feliz, dançante e que, principalmente, toca muito — comprovando que Eric Clapton estava correto quando o classificou, tempos atrás, de “guitarrista master”.

Dividido em quatro capítulos, o show com duas horas de duração contempla músicas do seu sétimo álbum, lançado em abril e que dá nome à turnê, mescladas com os principais hits da carreira do americano. A divisão da apresentação em blocos, segundo o músico, segue a tendência de consumo fragmentado de entretenimento que faz com que as pessoas consigam “digerir parte por parte” do espetáculo. Em São Paulo, passava das 21h quando John subiu ao palco para dar a largada na maratona em solo brasileiro — depois da capital gaúcha, ele ainda tocará no Rio de Janeiro, na sexta-feira (27).

Helpless, música do último disco, foi a escolhida para a abertura. Na sequência, emendou Moving On and Getting OverSomething Like OliviaChanging e Why Georgia — num medley com No Such Thing. No pequeno intervalo entre a primeira e a segunda canção, a plateia, com balões em punho, homenageou o cantor com um Parabéns pra Você, lembrando o seu aniversário de 40 anos, celebrado no dia 16. Ao finalizar Moving On, John largou o primeiro “obrigado” dos muitos ditos naquela noite. Descontraído, arrancou gargalhadas do público ao tentar dar “sarradas no ar” no meio de Queen of California, que abriu a última parte do show.

— Alguém me ensinou isso — justificou antes de executar a coreografia com ginga questionável.

Ainda nesse bloco, executou In The Blood e Slow Dancing in a Burning Room. Empolgado com a energia vinda das 35 mil pessoas presentes no estádio, retribui o carinho em Who Says, que menciona algumas cidades norte-americanas. Nos versos adaptados, mencionou São Paulo e completou:

— Gostaria de voltar para cá pelo resto da minha vida.

Depois disso, o cantor surgiu com um violão e uma gaita de boca posicionada. No mesmo instante, surgiram os primeiros “ô ô ô”, em referência à música seguinte, Dear Marie. Antes dos primeiros versos, dedilhando o violão, John discursou:

— Cuide com o que você deseja que acabe. Querer que algo termine é desejar menos tempo. Antes que você se dê conta, terá 40 anos e isso será lindo. Mas, desse ponto em diante, as memórias e o futuro assumem uma vida completamente diferente.

No bis, para finalizar o show — que ainda contou com um capítulo acústico e outro do John Mayer Trio, composto pelo baixista Pino Palladino e o baterista Steve Jordan, além do guitarrista —, John não decepcionou. Tocou Waiting On The World to Change e Gravity, ambas do álbum Continuum. Com participação empolgada em toda a apresentação, a plateia fez sua parte também na última canção: as lanternas dos celulares foram erguidas, iluminando o Allianz Parque, acompanhando os versos que pedem “just keep me where the light is” (“apenas mantenha-me onde há luz”, em tradução livre).

Possível setlist  em POA

Capítulo 1: full band

Love on the Weekend
Helpless-Rosie
Why Georgia 

Capítulo 2: acoustic

Emoji of a Wave
Your Body Is a Wonderland
Free Fallin  

Capítulo 3: the trio

Good Love Is on The Way
Who Did You Think I Was
Vultures  

Capítulo 4: full band

Queen of California
Something Like Olivia
Moving on and Getting Over
Slow Dancing in a Burning Room
Dear Marie  

BIS

Born and Raised
Gravity  

Serviço:
Hoje, às 21h.
Anfiteatro Beira-Rio (Av. Padre Cacique, 891)
Abertura dos portões:
 16h
Show de abertura nacional com General BoniMores: 
18h45min
Show de abertura internacional com Rodrigo y Gabriela: 
19h45min
Classificação Etária:  
14 anos. Menores de 14 anos apenas acompanhados dos pais/responsáveis legais.
Ingressos a R$ 420 (cadeira inferior) e R$ 520 (tribuna). Os demais setores estão esgotados. Desconto de 50% para estudantes e idosos.
Pontos de venda: 
Loja Livepass no Shopping Moinhos de Vento (Rua Olavo Barreto Viana, 36) a partir das 10h _ pagamento nos cartões de crédito Visa, Mastercard, Elo, Amex e Diners, cartões de débito e dinheiro. Vendas online (com taxa de conveniência) no site livepass.com.br até duas horas antes do show _ pagamento nos cartões de crédito Visa, Mastercard, Elo, Amex e Diners. Hoje, a venda também ocorre na bilheteria do Estádio Beira-Rio, das 12h às 20h30min. É permitida a compra de até 6 ingressos por CPF.
Trânsito: 
A EPTC não prevê bloqueios de ruas na região.
Estacionamento: 
 o edifício-garagem do Estádio Beira-Rio conta com 3 mil vagas, que podem ser adquiridas por R$ 50 através de reserva online no site estapar.com.br (na hora do show, o valor será de R$ 60). Existem opções no entorno do estádio a valores variáveis.

Objetos proibidos:
– Papel em rolo, jornais, revistas, bandeiras e faixas com mastro;
– Alimentos: apenas permitido alimentos industrializados, com a embalagem lacrada originalmente, como salgadinhos e bolachas. Frutas, apenas cortadas;
– Vasilhames, copos de vidro ou qualquer outro tipo de embalagem contendo bebidas ou refrigerantes de qualquer natureza que, direta ou indiretamente, possa provocar ferimentos;
– Máquinas fotográficas profissionais com lente intercambiável e filmadoras;
– Capacetes de motos ou similares;
– Correntes, cinturões e pingentes;
– Mochilas;
– Qualquer outro objeto que possa causar ferimentos.

 

Notícia veiculada no site “GaúchaZH” em 23/10/2017.

Comentários